P artindo do corpo, para além dos limites do que entendemos por corpo, aos alunos participantes no grupo de artes performativas a.Viso, Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, com o propósito de afirmar o direito à existência e à liberdade, foi ainda solicitado uma abordagem livre e individual que os defina enquanto movimento, voz e palavra num ato de reivindicação da própria vida. O 25 de abril de 1974 pôs fim a uma ditadura de 48 anos e a uma guerra colonial e, num horizonte mais amplo, suspendeu séculos de identidade nacional e sistema político-económico alicerçados no que se convencionou designar por descobrimentos; em suma: movimentos de expansão e colonialismo. A democracia que construímos implementou liberdades políticas e o estado de direito. Enfrentou desigualdades de classe e olhou de frente o sexismo e a misoginia. Continuamos, intrépidos, a desconstruir as desigualdades assentes na etnicidade e a combater o racismo. Pugnamos pela igualdade de género e identidade ou expressão de género. Sabemos ser obrigação de todos com sentido do social e da equidade democrática opor-se à rasura do tempo e da memória. Com os seus corpos, estes alunos abrem caminho, cientes da luta em curso para que todos possam viver em democracia como verdadeiros cidadãos.