A   guerra não acontece só entre países, com bombardeamentos aéreos e terrestres, cujas imagens aparecem nos nossos écrans. A guerra é a forma mais primitiva de possuir/conquistar alguma coisa que não nos pertence, mas que queremos ter. A criança chora e dá pontapés, quando não tem aquilo que deseja. A/o adolescente é capaz de agredir a sua família, quando não obtém dela o que deseja. A guerra acontece no espaço mais íntimo das relações interpessoais, seja através da violência doméstica, da violência contra mulheres e homens pretas e pretos, estrangeiras e estrangeiros, refugiadas e refugiados não brancos, etc. Esta forma de guerra não é mediatizada e, por isso, é quase invisível. DUAS MULHERES A PRETO E BRANCO é um espetáculo teatral que convida à reflexão sobre uma guerra ancestral e silenciosa que acontece no nosso dia a dia, debaixo dos nossos olhos, mas sem câmaras para filmar.