“  Acessório para dar visibilidade” – aposta na intemporalidade da arte enquanto geradora da mudança. A caminho da escola ou no regresso a casa, algumas/uns alunas/os topam um palácio arruinado. Já o tinham visto, vezes sem conta, mas sem deter o olhar, até que... perguntando, aqui e ali, a vizinhas/os e avós, vão cedendo ao espanto e à curiosidade, resolvendo “adotar” aquela ruína. O vídeo Há Festa no Farrobo assume a dissonância do título e do conteúdo, propositadamente inacabado, no sentido de provocar inquietude e cumplicidade perante o abandono e o silêncio de um pedaço da nossa vizinhança/proximidade. Quando a música, em formato de opereta, se faz ouvir no auditório da escola ou da cidade, é como se a vida tivesse regressado ao Palácio do Farrobo e, o que agora vemos como ruína, pudesse ser encarado como uma obra em curso. É então que o património revive pelo olhar e pela voz das/os alunas/os que, uma vez cativad@s (como naquela história que tão bem conhecemos), por ele se sentem responsáveis.