F oi por reacção à decepção e desalento latente a um dos bairros mais pobres da cidade do Porto — alheio aos programas de qualificação das suas habitações e sem acesso a espaços comunitários — que Elvira Leite convidou as crianças que nele viviam para uma acção de descoberta participativa e fundamentalmente autodidacta que se prolongou ao longo de um ano. O seu método privilegiava o diálogo, a liberdade de escolha pelo desenho, a pintura ou o teatro afirmando a imaginação e a quebra de convenções como uma posição artística válida. Os desenhos-jogos, aqui entendidos como pedagogia e cultura, foram sendo apropriados e activados nas acções de rua, passando a fazer parte da linguagem e da aprendizagem que se fazia a partir desse lugar e reclamando como prioridade a descoberta da sua identidade e o conhecimento e valorização das suas histórias. Este Colóquio pretende debater as problemáticas da Educação Não Formal, as mudanças sociais, a liberdade e a importância do brincar.